
Esse filme é o meu favorito e inesquecível de todos que vi em minha vida. São tantas coisas a comentar sobre ele, que confesso que fico até perdida, não em Tokyo como eu queria e sim no momento agora em meu quarto, sentada na cama. Lost In Translation, (Encontros e Desencontros, título dado no Brasil) ultrapassa todas as barreiras sentimentais para um filme, ele conseguiu me tocar de uma tal forma, que toda vez que assisto (Mais de 10 vezes) me sinto dentro daquela história, que se passa no hotel "The Park Hyatt Tokyo", é como se eu vivesse todas aquelas situações e me sentisse exatamente como os personagens. Uma vez conversei com um amigo que esteve várias vezes em Tokyo, e ele me disse que pensava, que somente as pessoas que visitaram a cidade, entenderia melhor o perfil do filme. Mas ao contrário, eu nunca fui e consegui sentir aquela emoção real. Sofia Coppola, uma jovem e talentosa diretora, fez em minha opinião um roteiro fantático e completamente sensível. Por que o olhar entre os protagonistas, Bob Harris (Bill Murray) E Charlotte (Scarlett Johansson) foi tão bonito e intenso naquele sentimento, que em nenhum outro filme, conseguiu chegar perto dessa imagem de carinho verdadeiro. Meu maior sonho de viagem que quero realizar, é poder ir a Tokyo, e ficar hospedada nesse mesmo hotel, e poder conhecer os lugares. Ter a sensação de estar naquele mesmo cenário, tenho certeza que será algo mágico para mim, e vou ter muitas coisas para contar. É uma vontade surreal mesmo de ir para lá. Nem sempre sou boa para escrever textos, e talvez esse agora, não chegou perto da homenagem q eu quero fazer a altura para Lost In Translation. Então vou por aqui agora, algo que li casualmente na internet de um fã igual a mim, que conseguiu descrever detalhes especiais que foram importantes, para me encantar dessa forma. Então, espero que gostem também de ler:
O silêncio abre porta para o som, seguido pela música acompanhada das letras “Lost In Translation” (EUA, 2003; COPPOLA, Sofia). No Brasil “Encontros e Desencontros”. A estória é simples. Um ator decadente de meia-idade vai ao Japão fazer um comercial de whisky por falta de algo melhor. Uma moça de vinte e poucos anos, em fase de decepção com o ser humano acompanha o marido em um trabalho.
O Japão é revelado em todo seu paradoxo. Um local que não pára, habitado pelo vício na comunicação virtual entre pessoas que se escondem. Uma beleza que consegue casar o caos com a mais fina delicadeza. São quadros belíssimos de luz intensa e tédio. Sofia traz também, não menos cauteloso, o lado cômico que classifica o filme estranhamente como “comédia”. Os japoneses são perceptivelmente reservados, se sentem diferentes, ao mesmo tempo em que são muito espontâneos. E ela coloca isto com o olhar ocidental: julgador, mais sabido, como se tudo fosse óbvio. Há aqui, um refinamento bastante cuidadoso no tratamento com o humor. Inteligente e respeitador. Mas eles estão sozinhos em seus quartos; com absolutamente nada interessante a seus cotidianos. E é este o foco. A câmera confia ao receptor um olhar belamente frio, que apenas a solidão interna propõe. São momentos de real solidão. Não importa muito se é acordando durante uma madrugada insone, olhando pela janela ou flores de “ikebana”, fazendo sala em uma mesa de bar, ou entrando nos mais estranhos e distantes lugares de si. A solidão é companhia única. A trilha sonora acompanha cada espaço faltante no silêncio interno. Seja com notas, arranjos, barulhos ou músicas inteiras. Tudo é encaixado, da pausa à realidade, como um todo, que se falta ou sobra, perde. E quando não há expectativas, pois não é o propósito do filme, Bob que se desencontrava em cada aspecto de sua vida, encontra Charlotte no elevador que sorri. Devagar, seguido de um gesto de oferenda, eles se acham no bar. Profundamente. Daí começam a compartilhar a solidão, sem deixar de sê-la. Às vezes se esbarrando no hotel, dançando numa boate a mais deliciosa música, ou num olhar mais entregue. A força das cenas quase sem diálogos está no que acontece entre e dentro de Bob e Charlotte quando um está do lado do outro. É uma solidão conjunta. Como seres que vez ou outra na vida têm a sorte de serem e terem compreensão. De verdade. Charlotte, talvez o alter-ego de Sofia, é um peixe fora d’água. Não pelo fato de estar no Japão. Menos ainda por conta do marido ausente. Talvez pouco, pela falta de perspectiva, pois era recém-formada em filosofia. O desencaixe de Charlotte é no mundo. Ela aprecia a vida, apesar de não entendê-la. Isola-se por ter se percebido alguém de fora. E por fim, refugia-se em seu universo interno. E é este refúgio que aponta para o grande clímax do filme. Bob vai embora antes, e ao se despedirem, ela age como uma qualquer. Seca. Bob então, pega um táxi, e durante o percurso, vê de longe, uma moça de costas como Charlotte. Pede para parar e corre atrás dela. Explode o respiro, o abraço, as palavras ditas e não ditas. O silêncio como maior comunicador desviando o barulho de Tóquio no fim do dia. A música genialmente escolhida “Just Like Honey” invade a tela enquanto as últimas viradas e sorrisos emoldurados por lágrimas se desfazem. Entorpecedor.

Sinopse:
Bob Harris (Bill Murray) é uma estrela de cinema, que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque. Charlotte (Scarlett Johansson), por sua vez, está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo workaholic (Giovanni Ribisi) que a deixa sozinha o tempo todo. Sofrendo com o horário, Bob e Charlotte não conseguem dormir. Eles se encontram, por acaso, no bar de um hotel de luxo, e em pouco tempo tornam-se grandes amigos. Resolvem então partir pela cidade juntos.

Análise rápida minha sobre Lost In translation:
Direção: Fantástica de Sofia Coppola, competente, madura e direta.
Bill Murray como Bob Harris: Engraçado encantador em sua amizade com Charlotte. Charmoso fazendo um meia idade. Até eu o beijaria e teria um affaire.
Scarlett Johansson em Charlotte: Sensível, mas realista. Em seu olhar para Bob, algo inexplicável. Ela viveu esse personagem intensamente!
Fotografia em Tokyo: Ruas, sons e cores combinaram de uma forma perfeita. As cenas a noite então, um show a parte.
Música: Baladinhas, anos 80 de ótima qualidade, algo bem cool, que ADORO!
Roteiro: Algo diferente de tudo o que vi no cinema. Considero o The Best de todos, uma obra prima do cinema moderno.
Cenário principal, hotel "The Park Hyatt Tokyo": Chique, vista maravilhosa da cidade, e combinou exatamente com a mensagem que Sofia quis passar.

Site oficial do filme, tem as músicas, fotos e tudo mais... É lindo, acesse!
Entrevista com Sofia Coppola, onde ele conta a inspiração e como aconteceu as filmagens do filme.
Curiosidades do filme! Vale a pena ler.

Site "The Park Hyatt Tokyo":

Achei por um acaso, várias fotos desse hotel, em ângulos diferentes, vale a pena conferir. Vista Panorâmica de Tokyo.

Trilha sonora completa do filme, para baixar, clique aqui!

Diálogos que mais gostei:
Charlotte para Bob: Vamos nunca vir aqui novamente, porque nunca vai ser tão divertido.
Bob: Eu não quero sair.
Charlotte: Fique aqui comigo. Nós vamos começar uma banda de jazz.
2 comentários:
Só vc, Tiffany, com sua análise e percepção de ótimo bom gosto, poderia definir de uma forma tão sutil a mensagem que "Lost in Translation" quis passar ao público de bom gosto!!
Este filme, é recomendado para todas as idades, mas aqueles de grande sensibilidade... porque só quem já teve, nem que tenha sido só por um instante, os sentimentos ali expressados pelas personagens, conseguirá de fato sentir e decifrar a linda mensagem que o filme transmite,mensagem esta, que pode ser compreendida de vários modos, justamente na cena final de "Lost in Translation". Vale a pena conferir!!!
Parabéns, maninha!!!!
Analise bem interessante e informativa! Nem tinha antes parado para pensar sobre os lugares em que o filme se passa.
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