domingo, 9 de maio de 2010

"Época da boa música brasileira"


Meu vô me pediu para gravar um filme antigo e raro de Vicente Celestino, que se chama: "O Ébrio", aqui na internet é um grande acervo para achar essas coisas, inclusice milhares de músicas. Eu gravei também a ele, um CD com vários sucessos desse cantor, e acreditem! Eu não conhecia o trabalho dele ao certo, somente por nome. Tive a chance de ouvir muitas músicas e percebi o quando ele era profissional, e a sua voz com uma afinação ao cantar, perfeita. Vicente Celestino tinha uma banda que o acompanhava que me fez lembrar o estilo Big Band de Frank Sinatra. Eu fiquei encantada, as letras das músicas além de lindas, são delicadas com conteúdo! Naquele época para esses cantores divulgarem seu trabalho, muitos deles fizeram sucesso nas rádios, e lá ficaram imortalizados. Atualmente nessa década, são poucos nomes da música brasileira, que conseguem deixar sua marca. Quantos passaram, muitos já esquecidos! Mais uma vez fica provado que somente os bons deixam uma história, e seus nomes, sobrevivem até mesmo quando partem. Gravei também um outro CD de "Carlos Galhardo", outro grande nome do rádio. Ouvi Smile em sua versão com o título: "Sorri", com uma voz firme e marcante. A maioria das introduçoes e arranjos das músicas, lembram aqueles filmes clássicos em preto e branco, um verdadeiro charme. É de Carlos Galhardo, a famosa marchinha de Carnaval "Allah-lá-ô", de 1941. Quantos bailes da época, ferveram com esse ritmo! E ele até gravou também, uma música fofa chamada "Cerejeiras do Japão". Nem preciso falar que foi a que mais gostei. Esse post é para homenagear não só Vicente Celestino e Carlos Galhardo, e sim todos os grandes cantores, de uma época que o Brasil tinha talentos de valor. São únicos e merecem todo nosso respeito.

Vicente Celestino, e na foto sua esposa Gilda de Abreu, começou cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do teatro cantava muito em festas, serenatas e chopes-cantantes. Estreou profissionalmente cantando a valsa Flor do Mal no teatro São José e fez muito sucesso e também entrou no seu primeiro disco vendendo milhares de cópias em 1916 na Odeon (Casa Edison). Em 1920 montou uma companhia de operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado, emplacando sucessos como Urubu Subiu. Rapidamente, depois de oportunidade no teatro, alcançou renome. Formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras, primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora.



Filme, "O Ébrio" Gilberto Silva(Celestino) é um jovem rico do interior cujo pai perde a fazenda e o deixa na miséria. Sem apoio de ninguém, Gilberto vai para a cidade grande, onde começa perambular até conhecer um padre que abre suas portas e o ajuda a procurar emprego e a aplicar seu talento musical — e Gilberto se inscreve num programa de calouros onde começa a ganhar notoriedade e algum dinheiro para terminar seu curso de medicina. Conhece sua futura esposa Marieta no hospital. Depois de alguns acontecimentos envolvendo familiares e a perda da esposa, ele decide viver como um fantasma, começando a se afogar na bebida e vagabundagem. O famoso clipe de "o Ébrio" é cantado num bar nas cenas finais do filme.



Link do Youtube, cenas do filme

Carlos Galhardo, Seu primeiro disco solo é lançado em 1933, com os frevos Você não gosta de mim, dos Irmãos Valença e Que é que há, de Nélson Ferreira. Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas canções suas tais como Para onde irá o Brasil, É duro de se crer, Elogio da raça (em dueto com Carmen Miranda), Pra quem sabe dar valor e Boas festas, esta última seu primeiro grande sucesso. Passou cantando por várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.



Grandes nomes da música!

Um comentário:

Unknown disse...

Cresci ouvindo música de Seresta. Adoravel a homenagem aos cantores de seresta. Patabéns Tiffany